A inovação vem se destacando cada vez mais como um dos pilares para o desenvolvimento econômico e social no Brasil. Porém, desafios estruturais ainda são fatores limitantes para a exploração de todo potencial de expansão que ela proporciona. Na região Sul do Brasil, marcada por solidez econômica e indicadores sociais positivos, como alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e sistema educacional avançado, existem três ferramentas que se destacam para fomentar os ecossistemas de inovação: incentivos fiscais, créditos públicos e programas estaduais.
Apesar dos avanços significativos nos indicadores de inovação, os ecossistemas da região Sul enfrentam questões como deficiências logísticas, por conta de baixa integração ferroviária, portos saturados e dependência do modal rodoviário, o que eleva os custos e dificulta a competitividade global das empresas inovadoras. Soma-se a isso a escassez de mão de obra altamente qualificada em áreas técnicas e científicas, o que compromete a execução de projetos complexos e o desenvolvimento de soluções de base tecnológica.
Além disso, a burocracia para acesso a incentivos fiscais e financiamentos públicos permanece como um entrave, principalmente para pequenas e médias empresas, que enfrentam dificuldades na compreensão e na gestão dos requisitos legais.
Nesse contexto, as ferramentas de estímulo à inovação desempenham papel fundamental. Os incentivos fiscais permitem que empresas reduzam seus custos tributários ao investir em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), tornando seus projetos mais viáveis financeiramente. Os programas estaduais atuam na articulação entre academia, setor produtivo e governo, promovendo sinergia local e regional. Já os financiamentos viabilizam projetos de alto risco tecnológico com linhas de crédito acessíveis e acompanhamento técnico especializado.
Confira a seguir um guia detalhando cada um desses recursos de fomento a ecossistemas de inovação.
Este é um dos mais importantes pilares de estímulo à inovação empresarial na atualidade, o que pode ser visto a partir dos resultados de 2023 da Lei do Bem, um dos principais mecanismos legais para esse propósito. No ano, foram investidos R$ 41,93 bilhões em projetos PD&I, um crescimento de 17% em relação a 2022. A renúncia fiscal total no país foi de R$ 9,82 bilhões no período.
O número de empresas beneficiadas chegou a 3.878, com a região Sul responsável por 31,2% desse valor, atrás apenas do Sudeste, segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Esse desempenho reflete o engajamento das empresas sulistas, especialmente nos setores de software, eletroeletrônico, automotivo, alimentos e química, que lideram o uso da Lei do Bem na região. O setor de software, por exemplo, mais que dobrou o número de empresas beneficiadas entre 2019 e 2023 e quase triplicou os investimentos em PD&I no mesmo período, de acordo com o MCTI.
Além disso, os créditos de PIS e COFINS vêm sendo aproveitados de forma estratégica por empresas da região, especialmente em projetos que envolvem insumos tecnológicos, energia elétrica em centros de inovação, softwares e serviços técnicos especializados. Com a transição prevista para a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) até 2027, muitas empresas têm intensificado a recuperação desses créditos antes que o modelo atual seja substituído.
A Lei de TICs e o Programa Mover também têm sido aplicados com sucesso em polos industriais do Paraná e Rio Grande do Sul, especialmente em projetos voltados à automação, eletrônica embarcada e mobilidade sustentável. Esses mecanismos têm permitido que empresas locais reduzam custos com tributos e acelerem o desenvolvimento de tecnologias aplicadas à indústria automotiva e eletroeletrônica.
Outra ferramenta importante de fomento aos ecossistemas de inovação são os créditos públicos, que têm sido essenciais para viabilizar projetos inovadores. O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) se consolidou como a principal instituição da região que apoia a inovação, com ampla atuação no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Já a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) investe em projetos de alto risco tecnológico, inclusive em parcerias com universidades e institutos de pesquisa. Enquanto isso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferece linhas específicas para inovação industrial, com condições diferenciadas.
Esses financiamentos ampliam a capacidade das empresas de executar soluções tecnológicas com segurança e escalabilidade, sendo essenciais para a transformação produtiva da região.
Como terceiro recurso, a região conta com programas estaduais criados para viabilizar a formação e manutenção dos ecossistemas de inovação. É o caso do SC Mais Inovação, lançado em 2024 e com atuação em 21 microrregiões de Santa Catarina. Ele prevê a expansão dos centros de inovação locais, além de parcerias estratégicas com universidades e agentes regionais para geração de impactos positivos à sociedade.
No Paraná, o Vale do Pinhão permanece como referência municipal em Curitiba, enquanto o novo Paraná Inovador amplia o suporte à transformação digital e ao setor de tecnologia mediante parcerias com o setor produtivo, instituições de ensino superior, instituições de pesquisa, organizações não governamentais e governos municipais, estadual e federal.
Já no Rio Grande do Sul, o Inova RS fortalece a articulação regional entre academia, setor produtivo e governo, e o RS Innovation Hub consolida Porto Alegre como ambiente de aceleração de startups e inovação internacional. Esses programas reforçam a competitividade regional e criam um ambiente propício ao desenvolvimento tecnológico e ao empreendedorismo local.
Com o auxílio das ferramentas detalhadas anteriormente, nos próximos anos, a região Sul deve assistir a um avanço em relação aos projetos inovadores. A expansão de setores estratégicos, como biotecnologia, inteligência artificial, energia limpa e mobilidade sustentável, está no radar, bem como a internacionalização de startups, com atração de capital estrangeiro, e a integração regional dos ecossistemas de inovação, promovendo sinergia entre polos como Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre.
Entre as principais tendências, também constam o aumento da participação em exportações de alto valor agregado, com destaque para produtos intensivos em tecnologia e do setor automotivo, além do fortalecimento de políticas públicas e editais regionais, como o novo programa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), que destina R$ 20 milhões para ecossistemas de inovação no estado.
Para que essas projeções se concretizem, o suporte oferecido por consultorias especializadas em incentivos fiscais e financiamento para PD&I é um vetor estratégico para empresas que desejam crescer com inovação e manter sua competitividade em um mercado cada vez mais exigente.
Ao identificar oportunidades, estruturar projetos e garantir conformidade legal, uma consultoria permite que as organizações financiem seus próprios avanços tecnológicos com recursos que, muitas vezes, seriam subutilizados. Isso reduz o risco financeiro da inovação, melhora a previsibilidade orçamentária e acelera o desenvolvimento de soluções competitivas.
Com esse tipo de respaldo, negócios do Sul podem ter maior aproveitamento dos incentivos fiscais disponíveis, com segurança jurídica e conformidade técnica; agilidade na estruturação de projetos de PD&I, com suporte desde a concepção até a prestação de contas; acesso facilitado a financiamentos públicos e privados, por meio de mapeamento de editais e linhas de crédito; fortalecimento da cultura de inovação, com apoio na governança e na estratégia de médio e longo prazo; e integração com ecossistemas locais, como hubs, universidades e eventos regionais de inovação.
Em meio aos desafios e oportunidades que permeiam o cenário dos ecossistemas de inovação do Sul, conhecer as estratégias disponíveis de fomento ao desenvolvimento local é essencial para que a região se consolide como um dos principais polos de inovação do Brasil e que os empreendimentos se tornem cada vez mais competitivos e disruptivos, proporcionando ganhos à sociedade como um todo.
Artigo escrito por Kelin Bontorin, Gerente de Negócios do FI Group.
Fonte: Portal Contnews.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou novas condições do programa BNDES Mais Inovação, que seguem vigentes até 31 de dezembro de 2025. A iniciativa apoia investimentos em inovação e digitalização no país, com foco na industrialização, aumento da produtividade e adoção de tecnologias da Indústria 4.0.
O programa do BNDES apoia desde a aquisição de máquinas, softwares e consultorias, até projetos de robótica, inteligência artificial e outras tecnologias de ponta. E utiliza recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), com custo financeiro indexado à Taxa Referencial (TR). O crédito pode ser acessado por meio de instituições financeiras parceiras (operações indiretas) ou pelo Portal do Cliente do BNDES (operações diretas).
Entre as novidades, estão:
Mais informações estão disponíveis em: bndes.gov.br/bndes-mais-inovação
Fonte: CBIC.
Mínimo de 10% será investido em cooperação com grupos de países latino-americanos, caribenhos e africanos; e outros 20%, em projetos vinculados a instituições das regiões N, NE e CO.
A chamada para Projetos Internacionais de Pesquisa Científica, Tecnológica e de Inovação do CNPq destinará R$ 215 milhões, em bolsas e custeio, ao apoio a projetos de cooperação científica internacional para pesquisadores brasileiros fora do país. As submissões de candidaturas podem ser enviadas até o dia 06 de outubro, com resultado final previsto para dezembro.
A chamada deste ano repete o valor da edição passada, mantendo o patamar 26% superior em relação à de dois anos atrás. Os candidatos podem concorrer em três faixas: 1) projeto de pesquisa com comprovada articulação internacional entre grupos já estabelecidos, com valor-limite por projeto ampliado (veja abaixo); 2) proposta individual de pesquisadores com até 10 anos de doutoramento; e 3) proposta individual para pesquisadores que tenham bolsas pós-doutorado júnior (PDJ) ou (PDS) do CNPq ativas.
Introduzida no ano passado, a faixa 3 será oferecida novamente, abrindo a bolsistas de pós-doutorado do CNPq a possibilidade de terem uma experiência de pesquisa no exterior, atuando como elo entre grupos de pesquisa do país e estrangeiros, de modo a fortalecer relacionamentos de cooperação internacional.
A chamada prevê que um mínimo de 10% do total será investido em projetos de cooperação com grupos e/ou redes de pesquisa de países latino-americanos, caribenhos e africanos; e outros 20%, em projetos vinculados a instituições sediadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Do valor total da chamada, R$ 200 milhões destinam-se à concessão de bolsas, e R$ 15 milhões a custeio (de itens como passagens e diárias, seguro, material de consumo, serviços e despesas acessórias com importação, apenas para a faixa 1 e a partir de 2025).
Projetos da faixa 1 podem alcançar o valor máximo de R$ 500 mil em bolsas e R$ 75 mil em custeio – quase o dobro da chamada anterior, que limitava o aporte por projeto a R$ 300 mil.
Candidaturas da faixa 2 têm valor máximo de R$ 200 mil, considerado o limite de 12 meses de vigência da bolsa na modalidade pós-doutorado no exterior (PDE).
E propostas da faixa 3 podem alcançar o valor máximo de R$ 80 mil, considerado o limite de 3 meses de vigência da bolsa na modalidade desenvolvimento tecnológico e inovação no exterior sênior (DES) – nesse caso, a bolsa PDJ ou PDS fica suspensa e é retomada após o retorno do pesquisador.
Confira os valores de bolsas e auxílios concedidos pelo CNPq.
Acesse o edital na página da Chamada Pública MCTI/CNPq nº 16/2025 – Apoio a Projetos Internacionais de Pesquisa Científica, Tecnológica e de Inovação.
Fonte: Governo BR.
Por Andressa Melo, diretora de inovação, e Katherine Manrique, gerente da unidade HispAm, do FI Group, consultoria especializada na gestão de incentivos fiscais e financiamento à Pesquisa & Desenvolvimento (P&D).
Após um crescimento acelerado entre 2020 e 2022, os investimentos em ciência e inovação a nível global sofreram uma queda significativa, com indícios de recuperação apenas em 2024, marcando uma reversão notável em relação aos anos anteriores, principalmente em regiões emergentes, como aponta o Índice Global de Inovação (IGI) de 2025. No cenário regional, o Chile e o Brasil se destacam, respectivamente, como líderes neste quesito na América Latina e Caribe. Entretanto, essa desaceleração recente trouxe à tona desafios estruturais que ameaçam a maturidade dos ecossistemas de inovação e a competitividade das empresas.
Este contexto reforça a necessidade de políticas públicas eficazes, em especial os incentivos fiscais direcionados à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), como a Lei do Bem no Brasil, para a manutenção da conjuntura socioeconômica dos países, principalmente para aqueles que ainda estão em desenvolvimento. Os benefícios podem atrair investimentos, gerar empregos, reduzir a fuga de cérebros e fomentar inovação e modernização produtiva.
Resultados do Estudo Econômico da América Latina e do Caribe de 2024 indicam um baixo nível de desenvolvimento econômico e incerteza no âmbito das políticas fiscais e monetárias na região. Nesse sentido, para que haja uma estabilização do cenário, é necessária a articulação de políticas públicas e incentivos privados que estimulem o desenvolvimento produtivo das economias emergentes.
Investimentos consistentes em PD&I, como apontam dados do IGI, demonstraram aumento da produtividade de trabalho, expectativa de vida e redução da pobreza. Ainda que os números não sejam tão expressivos, o relatório aponta que aportes sustentados, maior adoção de tecnologias disruptivas e estratégias abrangentes para aproveitar a inovação desencadeiam benefícios socioeconômicos e ambientais, principalmente a longo prazo.
Nesse sentido, o desenvolvimento de políticas fiscais para investimentos em PD&I pode auxiliar na reversão do quadro econômico da América Latina. Além de benefícios estruturais, incentivos fiscais para inovação também apontaram uma atração de capital e uma maior integração em cadeias globais. Desta forma, a disponibilização de orçamento público para o mercado aumenta a competitividade dos países e facilita o posicionamento frente a grandes potências.
Na América Latina, países como Brasil, Chile, Colômbia, Peru, México, El Salvador e Argentina possuem políticas tributárias diversas, cada uma com percentuais específicos de concessão de crédito fiscal, mas, em todos os casos, o uso desse benefício é restrito ao território do próprio país.
Atualmente, o Chile lidera os países latino-americanos como o mais maduro em relação a políticas fiscais em P&D. O país possui uma legislação, Lei de P&D (nº 20.241), desde 2008, que inicialmente era aplicada exclusivamente para centros de pesquisa. A partir de 2012, entretanto, foi permitida a extensão do benefício às empresas privadas. No país, os incentivos não possuem limite de tempo para sua utilização e já são aderidos por boa parte das companhias elegíveis. Apesar do percentual de concessão ser relativamente alto (35% de crédito fiscal), o Chile possui uma limitação para investimentos exclusivos em P&D, sem contemplar inovação.
A Lei de Promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação Tecnológica (n.º 30309) no Peru, por uma obrigação do próprio país, é atualizada a cada três anos, desde sua criação em 2014. Em vista da falta de conhecimento e busca por parte das empresas, a nação apresenta uma baixa maturidade no aproveitamento. No entanto, o incentivo contempla, além das atividades de pesquisa e desenvolvimento, iniciativas associadas com inovação e consiste em uma redução de imposto a pagar de até 27%, sobre as despesas realizadas em investimento de PD&I.
Na Colômbia, em contrapartida, o incentivo atual, que começou em 2016, possui a melhor porcentagem de retorno da América Latina, com concessão de créditos de até 50% do investimento realizado em PD&I. Contudo, em 2024 este país não teve liberação de verbas por parte do governo para novos projetos postulados. Espera-se que em 2025 mude este cenário e que seja liberado orçamento que fomente pesquisa e inovação nesta nação.
Ainda que não seja amplamente conhecido, o Incentivo Fiscal para Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (EFIDT) no México concede créditos fiscais para projetos que promovam avanços tecnológicos e científicos. No entanto, é importante ressaltar que esse incentivo se aplica a despesas incrementais, ou seja, apenas àquelas que excedam a média de investimentos realizada pela empresa em anos anteriores.
Argentina e El Salvador, apresentam incentivos recentes e com baixo reconhecimento, com grande potencial de serem utilizados. Na Argentina, por exemplo, o Regime de Promoção da Economia do Conhecimento é pouco utilizado pois o incentivo existente anteriormente era voltado, principalmente, a empresas de software. Contudo, a partir de 2020, o país começou a promover atividades de outros setores, ampliando, assim, o número de companhias com potencial de ser fomentadas.
Em El Salvador, por outro lado, o benefício entrou em vigor apenas em 2023. Porém, estimula as atividades de PD&I por meio da isenção de pagamento de imposto associado à renda destas atividades, além de outros benefícios complementares que fazem deste incentivo mais chamativo para as organizações privadas locais.
Todos os países citados, com exceção do Brasil, precisam passar por um processo de pré-aprovação para conseguirem usufruir dos incentivos e ainda contam com a possibilidade de postularem projetos plurianuais. No Brasil, o cenário é diferente. A concessão de créditos pela Lei do Bem, principal mecanismo de estímulo à inovação no país, só ocorre mediante o resultado daquele ano específico, resultando em um menor controle sobre o planejamento a longo prazo.
Criada em 2005, a Lei do Bem (Lei 11.196/05) disponibiliza a partir de 20,4% do valor investido em inovação como redução tributária de IRPJ e de CSLL. Contudo, em cenários perfeitos, com pesquisadores exclusivos e patentes/cultivares concedidos, o incentivo pode chegar a até 34% (45% para empresas do setor bancário). O benefício, voltado para companhias tributadas pelo regime de Lucro Real, viabilizou R$ 41,93 bilhões em investimentos em projetos de PD&I em 2023, de acordo com a pesquisa PINTEC semestral de 2023.
Segundo os dados mais recentes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Lei do Bem ainda é subutilizada, apesar de ter sido constatado crescimento de 15,9% no número de empresas beneficiadas quando comparado com o ano anterior. Nesse cenário, existem consultorias especializadas que atendem as legislações brasileiras e de outros países da América Latina, prestando suporte para empresas estruturarem os incentivos e estimularem o desenvolvimento socioeconômico de seus países.
Os incentivos na América Latina ainda estão em desenvolvimento, mesmo apresentando bons resultados. Quando comparadas a países desenvolvidos, as políticas fiscais precisam ser melhor estruturadas, divulgadas e estáveis. Cada país se destaca em diferentes aspectos, e, por possuírem conjunturas similares, podem se espelhar em características como a maturidade chilena em P&D, a creditação de 50% da Colômbia e a eficácia da Lei do Bem no Brasil, para que os incentivos ficais se tornem uma ferramenta integrante e protagonista do desenvolvimento socioeconômico da região.
Fonte: BNamericas.
Serão disponibilizados até R$ 6,3 milhões para Bacia do Rio Xingu 2
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou nesta sexta-feira, (5), Dia da Amazônia, o edital Bacia do Rio Xingu 2. Serão disponibilizados até R$ 6,3 milhões, com recursos do Fundo Socioambiental do BNDES e de três parceiros privados: Grupo Energisa, Norte Energia S/A e Fundo Vale. Meta é apoiar até seis projetos de restauração ecológica.
Os projetos serão voltados para a restauração de áreas localizadas em Unidades de Conservação; em Áreas de Preservação Permanente (APP); em Reserva Legal (RL) nos imóveis rurais de até quatro módulos fiscais e nos assentamentos de reforma agrária; e em territórios indígenas, quilombolas e de outras comunidades tradicionais. O engajamento e a participação das comunidades e povos locais precisam ser encarados como atividades prioritárias. O prazo para apresentação das propostas encerra às 18h do dia 7 de novembro.
O Floresta Viva tem a finalidade de formar parcerias para apoiar projetos de restauração ecológica nos diversos biomas brasileiros, com espécies nativas e sistemas agroflorestais (SAFs). Até o momento, já foram mobilizados cerca de R$ 460 milhões, sendo a metade dos recursos provenientes do Fundo Socioambiental do BNDES e o restante são recursos de parceiros públicos e privados.
O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) atua como parceiro gestor do Floresta Viva. Ele é responsável pela organização dos editais e pelo recebimento dos recursos do BNDES e dos parceiros, com posterior repasse aos projetos selecionados.
Com aproximadamente 1,9 mil quilômetros de comprimento, o rio Xingu nasce no Cerrado e atravessa uma longa extensão da Floresta Amazônica até desaguar no rio Amazonas. Sua bacia ocupa uma área de aproximadamente 53 milhões de hectares. Nesse território, que abrange cerca de 50 municípios nos estados de Mato Grosso e do Pará, estão presentes diversas Terras Indígenas e Unidades de Conservação.
O primeiro edital do Floresta Viva dedicado à Bacia do Rio Xingu foi lançado em 2023. Na ocasião, foram selecionados quatro projetos somando um valor total de R$ 20,3 milhões, restando R$ 6,3 milhões em recursos remanescentes. O novo edital busca justamente aplicar este montante.
Fonte: Agência Brasil.
Segundo o Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), o Paraná está entre os chamados “climbers” — estados que mais avançaram em inovação na última década — ao sair da 6ª posição, que ocupou até 2020, para a 3ª, em 2025, registrando o maior salto entre as principais economias.
O Paraná se consolidou, em 2025, como a 3ª economia mais inovadora do País, de acordo com a nova edição do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), divulgado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), atrás somente de São Paulo (1º) e Santa Catarina (2º).
Segundo o relatório, o Paraná está entre os chamados “climbers” — estados que mais avançaram em inovação na última década — ao sair da 6ª posição, em 2015, para a 3ª, em 2025, registrando o maior salto entre as principais economias. Até 2020, o Estado ainda ocupava a 6ª colocação, mas a mudança de patamar ocorreu nos anos seguintes, impulsionada pelos recordes de investimento em ciência, tecnologia e inovação.
O Paraná também está entre aqueles que mais reduziram a distância para o líder São Paulo, mantendo-se à frente de Minas Gerais e Rio de Janeiro. O relatório avalia 80 indicadores, como infraestrutura, ambiente de negócios e produção tecnológica. O Paraná, com IBID de 0,413, também está acima da média nacional, que é de 0,351.
O secretário da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani, afirma que o Paraná se mantém como protagonista nacional na construção de um ecossistema robusto de inovação. “O Estado reúne universidades, empresas e governo em uma articulação que fortalece a ciência e a tecnologia, amplia a geração de conhecimento e cria condições favoráveis para transformar esse potencial em desenvolvimento econômico e social”, diz.
O principal mecanismo de investimento no setor é o Fundo Paraná, que em 2024 bateu recorde com a destinação de R$ 581,6 milhões a projetos estratégicos de ciência, tecnologia e inovação. Para 2025, os aportes devem continuar em alta. Desde 2019, quando o investimento foi de R$ 91,5 milhões, o aumento acumulado chega a 535,9%.
Os recursos têm sido direcionados a parques tecnológicos, incubadoras, projetos de pesquisa em universidades, editais de incentivo à startups e educação tecnológica. O fundo é aplicado pelas secretarias estaduais da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti); Inovação e Inteligência Artificial (SEIA), além da Fundação Araucária, Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR).
Para o secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Bona, a conquista reflete a eficácia das políticas públicas implementadas no período. “A contínua organização dos ambientes de inovação e sua articulação com o ecossistema paranaense têm gerado frutos concretos, posicionando o estado na trajetória certa de crescimento, com a maior redução de diferença em relação ao primeiro colocado, um feito que comprova a solidez da nossa estratégia e que será mantido com a persistência dessas ações de fomento ao longo do tempo”, afirma.
PILARES ESTRATÉGICOS – O IBID mostra que o Paraná se consolidou entre os estados com melhor desempenho em pilares estratégicos para a inovação. Na comparação com 2024, o Paraná melhorou em “Resultados da inovação”, subindo duas posições nesse grupo, embora tenha recuado uma colocação em “Contexto para a inovação”, onde ainda lidera três indicadores nacionais. No pilar Conhecimento e tecnologia, ocupa a 2ª posição nacional, com destaque para a criação e difusão de conhecimento.
Em Negócios, está em 5º lugar, demonstrando equilíbrio entre força de trabalho qualificada, apoio à inovação e capacidade de absorção de conhecimento. No pilar Capital humano, figura na 4ª colocação, com resultados consistentes em educação básica (3º), ensino superior (5º) e pesquisa e desenvolvimento (3º).
Fonte: Governo do Paraná.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) disponibilizou o 10º lote do Parecer Técnico de Contestação com o nome das empresas já analisadas referente à utilização dos incentivos fiscais da Lei do Bem no ano base 2021.
A partir de 09/09/2025, os Pareceres emitidos pelo MCTI estarão disponíveis para consulta por meio do Sistema FORMP&D, no endereço: https://ciin.mctic.gov.br/forms/recurso-administrativo.
Caso não concorde com o resultado da análise realizada pelo MCTI, a empresa poderá apresentar recurso, no prazo de 10 (dez) dias, contado a partir de 25/09/2025 e com encerramento em 06/10/2025, diretamente no Sistema FORMP&D.
Para conferir o nome das empresas, clique aqui.
Programa apoia projetos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, priorizando redução de desigualdades e fortalecimento da competitividade regional
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), acaba de reabrir o sistema Inovacred, desta vez com foco exclusivo em projetos a serem executados nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste.
As empresas de qualquer local do país já podem submeter propostas que tenham como foco o desenvolvimento destas localidades. Ao todo, serão disponibilizados R$ 400 milhões em recursos próprios da Finep para fomentar a inovação e ampliar a competitividade regional.
Somente no Nordeste, entre 2023 e 2025, a Finep intensificou de forma decisiva seu apoio à região, marcando um período de forte aceleração nos investimentos em inovação. No triênio, os valores contratados mais que triplicaram em relação ao período de 2019 a 2022, com destaque para os recursos.
O apoio via crédito também teve papel relevante, com contratações que cresceram aproximadamente 352% — passando de R$ 310 milhões para R$ 1,4 bilhão, refletindo um esforço coordenado para fomentar o desenvolvimento com diferentes instrumentos financeiros.
A liberação de recursos acompanhou esse avanço, o que reforça uma estratégia clara de estímulo ao desenvolvimento regional. Com isso, a Finep reafirma seu papel como agente central na redução das desigualdades regionais e na promoção da inovação sustentável no Nordeste.
“A intensificação da presença da Finep no Nordeste tem foco na redução das desigualdades regionais, a partir de desembolsos não reembolsáveis que cresceram mais de 356%, totalizando R$ 339,4 milhões entre 2023 e 2024. A região também foi destaque nas chamadas públicas para Parques Tecnológicos, recebendo quase R$ 50 milhões dos R$ 113 milhões aprovados, e no Proinfra Desenvolvimento Regional 2024, com R$ 177,2 milhões destinados à expansão da infraestrutura científica», comenta Luiz Antônio Elias, presidente da Finep.
Ainda de acordo com o presidente, os investimentos integram o programa ‘Mais Inovação Brasil’, maior iniciativa de apoio à inovação já lançada no país, com orçamento de R$ 66 bilhões até 2028, sendo 62% sob responsabilidade da Finep.
«Desta forma, reforçamos o papel estratégico da agência na promoção da inovação e no fortalecimento da competitividade nacional”, comenta Luiz Antônio Elias, presidente da Finep», completou ele.
A reabertura do programa reforça o compromisso da Finep com a redução das desigualdades territoriais e a promoção de um ambiente de inovação mais equilibrado no país. A operação será conduzida por agentes financeiros locais, que estarão encarregados de avaliar, aprovar e acompanhar os projetos contratados, financiando itens como equipamentos, softwares, infraestrutura, mão de obra e serviços especializados.
“Nosso objetivo é impulsionar projetos transformadores nestas regiões, incentivando soluções tecnológicas e produtivas que respeitem a vocação e a realidade local”, destaca o presidente da Finep. Além de gerar desenvolvimento e reduzir assimetrias regionais, a expectativa é que os recursos contribuam com a estruturação de cadeias produtivas sustentáveis e inovação em setores estratégicos como bioeconomia, logística, energia, alimentos e tecnologias sociais.
Podem participar empresas privadas de todos os portes econômicos, desde que apresentem projetos inovadores alinhados às diretrizes do programa. A localização da sede da empresa não precisa ser necessariamente no Nordeste, o essencial é que a execução do projeto ocorra em território nordestino.
Fonte: A Tarde.